sábado, 29 de agosto de 2009

Parnaíba e sua existência

Por Vicente de Paula Araújo Silva – “Potência”

Aos quatorze dias de agosto deste ano, as comemorações dos 165 anos de elevação da Vila de São João da Parnaíba, à condição política de cidade da Parnaíba, iniciaram-se com uma missa na igreja matriz de Nossa Senhora Mãe da Divina Graça. Entre os presentes que a assistiam e participavam, estavam as importantes figuras do Exmo. Sr. Governador do Estado, o Exmo. Sr. Prefeito Municipal e o Revdo. Sr. Bispo Diocesano.

Coincidentemente, naquele ato religioso, esses três expoentes da sociedade atual, estavam caracterizando os elementos humanos responsáveis pela existência da Parnaíba por ocasião do início da sua povoação. Assim, José Wellington Barroso Dias, representava o vaqueiro mestiço, curraleiro de gado; José Hamilton Furtado Castelo Branco identificava o colonizador, empreendedor econômico; enquanto, o Rev. Exmo. Dom Alfredo Sháffer, pontificava como o padre que aqui construiu o primeiro templo católico, ainda hoje existente, ali na atual Rua Duque de Caxias, nas proximidades da Rua Grande, hoje denominada Av. Presidente Vargas.

Entretanto, neste mês, deveríamos festejar também, 247 anos da criação da Vila de São João da Parnaíba e 30 anos da memorável noite ,quando foram queimados os tapumes da Praça da Graça, que escondiam a grande vergonha de sua destruição equivocada pelo gestor municipal da época.

Os homens e a terra se entrelaçam há milhões de anos e ao longo desse tempo deixam as suas memórias registradas marcando sua história. Os parnaibanos, neste primeiro decênio do século XXI, estão a cada dia pesquisando e encontrando as trilhas que percorreram os homens que fizeram esta terra a Princesa do Igaraçu.

Hoje, sabe-se, que a partir de 1699, a coroa portuguesa passou a buscar meios de ocupação ordenada na região próxima a foz do rio Parnaíba, quando Leonardo de Sá e outros desbravadores solicitaram terras às margens do Parnaíba. Naquela época, o vale do rio Longá, na bacia do Baixo Parnaíba, já estava ocupado por vaqueiros vindos da Bahia e Pernambuco. Dentre esses desbravadores, salientaram-se Bernardo Carvalho de Aguiar , fundador de São Miguel dos Tapuios, Campo Maior e a Vila Velha, hoje município de São Bernardo (Ma) ; Francisco Lopes , fundador de Buriti dos Lopes ; e e Pedro Barbosa Leal , fundador da Vila Nova da Parnaíba., surgida dos primeiros fogos (moradias) existentes às margens do Igara, braço do rio Parnaíba.

A organização e comando econômico da vila, no Porto Salgado, que a partir de 14/08/1844, passou a ser a cidade da Parnaíba, coube ao pernambucano João Gomes do Rego Barros, preposto do proprietário, o rico sertanista baiano Pedro Barbosa Leal, residente na Bahia, que fez prosperar a feitoria da salga de carne e curtição prévia da courama bovina.

Os fatos mais antigos e importantes na história da existência da Parnaíba estão às vistas dos olhos, através dos documentos existentes no livro Registro de Provisões nº 81, de 1688 a 1732, encontrados no Arquivo Público do Estado do Maranhão, como também, no marco histórico da fundação da Vila Nova da Parnaíba, a igrejinha de Nossa Senhora do Monserrathe, solicitada a sua construção por João Gomes do Rego Barros, Capitão Mor e procurador do senhor donatário da vila, Pedro Barbosa Leal.

Essas relíquias, documental e arquitetônica, comprovam a autorização e a construção da igreja na forma sagrada do Concílio Tridentino, pelo Vigário Geral, Governador do Bispado em São Luís, - Pe. Ignácio Martins Barreiros - , em 11 de junho de 1711, sendo nomeado como pároco o Padre Mestre João da Conceisão.

Diante o exposto, todos os parnaibanos natos e adotados, em respeito às memórias marcantes dos homens que ao longo dos tempos fizeram a nossa história, devem estar aliados na tomada de medidas que possam dignificar as comemorações dos 300 ANOS DE PARNAÍBA, em 2011, promovendo assim, a legitimidade do início glorioso de nossa cidade.

Série: ESTÓRIAS A RESPEITO DA HISTÓRIA DA PARNAÍBA

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